quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Crônicas do Matador do Rei - O temor do Sábio

Postado por Bruna Corrêa às 18:13


Hoje vou falar sobre a "Crônica do Matador do Rei", uma trilogia maravilhosa e estranhamente desconhecida aqui no Brasil. Falo desconhecida, pois nunca soube de muitas pessoas que a tenham lido, porém as que leram têm a mesma opinião que eu - os livros são maravilhosos. Na verdade, só dois volumes foram lançados pelo autor até agora, e sabe-se lá quando ele publicará o último, já que levou muito tempo para escrever 'O temor do sábio'. Porém, assim como valeu a pena esperar pelo segundo livro, com certeza valerá esperar pelo terceiro!




O temor do sábio



 Nome: O Temor do Sábio - "The wise man's fear'
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Sextante/Arqueiro
N° de Páginas: 960
Nota: 10 mercenários ademrianos




"'Lembre-se de que há três coisas que todo sábio teme: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil.'

O Temor do Sábio dá continuidade à impressionante história de Kvothe, o Arcano, o Sem-Sangue, o Matador do Rei. Quando é aconselhado a abandonar seus estudos na Universidade por um período, por causa de sua rivalidade com um membro da nobreza local, Kvothe é obrigado a tentar a vida em outras paragens.

Em busca de um patrocinador para sua música, viaja mais de mil quilômetros até Vintas. Lá, é rapidamente envolvido na política da corte. Enquanto tenta cair nas graças de um nobre poderoso, Kvothe usa sua habilidade de arcanista para impedir que ele seja envenenado e lidera um grupo de mercenários pela floresta, a fim de combater um bando de ladrões perigosos.

Ao longo do caminho, tem um encontro fantástico com Feluriana, uma criatura encantada à qual nenhum homem jamais pôde resistir ou sobreviver - até agora. Kvothe também conhece um guerreiro ademirano que o leva a sua terra, um lugar de costumes muito diferentes, onde vai aprender a lutar como poucos.

Enquanto persiste em sua busca de respostas sobre o Chandriano, o grupo de criaturas demoníacas responsável pela morte de seus pais, Kvothe percebe como a vida pode ser difícil quando um homem se torna uma lenda de seu próprio tempo
."


Não se assuste com o tamanho do livro, que rivaliza com "A tormenta de espadas" do George Martin - o volume é tão bom que vale cada página. É bem diferente de 'O nome do vento' pois nos mostra mais lugares desse mundo tão interessante que Patrick Rothfuss criou, e posso afirmar que diferentemente de muitas séries por aí, o segundo livro é definitivamente melhor que o primeiro.

Em 'O nome do vento', somente ouvimos falar dos diferentes nomes de Kvothe, e só são explicados dois desses 'codinomes' - Kvothe, "O Sem-Sangue", e Kvothe, "Seis-Cordas', se não me engano. Já em 'O temor do sábio' conhecemos suas mais engenhosas e espetaculares aventuras, entre elas na distante cidade de Vintas, no covil de Feluriana, e na cidade dos mercenários ademrianos - que dão um show a parte. Aí sim conhecemos a esperteza e sabedoria de Kvothe, que é realmente uma lenda viva. Porém, Rothfuss humaniza seu personagem, desmistificando-o ás vezes, provando que ele nada mas é que um simples ser-humano com uma inteligência e esperteza acima da média. Por vezes o autor introduz nos livros conversas de pessoas desconhecidas falando de Kvothe como se ele fosse um mago irreal, cujas façanhas aparentemente são dignas de contos de fadas e exagerando muito os fatos. Penso que ele faz isso para nos mostrar o quanto uma história pode ser aumentada, passando de boca em boca. Por esse motivo, Kvothe convence. Ele não é qualquer herói e nunca pretendeu ganhar esse título, só vive sua vida e é ambicioso, coisa que por vezes o mete em enrascadas.

Patrick também deixa claro em seus livros: todo ato têm sua consequência. Então, nunca ficamos muito confiantes nos livros, tipo 'Agora o Kvothe vai conseguir viver feliz para sempre, e sempre vencer', porque sabemos que isso não irá acontecer. Sempre surgirá alguma coisa que tirará o personagem de seu caminho, algo dará errado ou coisa assim. Afinal, sabemos que algo deu tão errado que ele acabou sendo um simples hospedeiro num vilarejo qualquer. Mesmo acabando numa hospedaria, as desventuras sempre acompanham Kvothe e nesse Segundo Dia mais coisas acontecem para pertubar a sua sonhada paz.

Alguns personagens e lugares tornam-se cada vez mais misteriosos nesse livro. Afinal, quem será o misterioso befeitor de Denna? Quem é realmente Auri e qual a sua relação com o nomeador-mor, Elodin? Quem na realidade é Bast, o companheiro na atualidade de Kote? Será ele bom ou mau? E, pelo Chandriano, o que está escondido por trás das grandes portas do Arquivo?

Essas perguntas muito enigmáticas serão reveladas no último livro da trilogia, o Terceiro Dia, com nome ainda indefinido e sem previsão de lançamento.


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