As Crônicas de Artur: O Inimigo de Deus, Bernard Cornwell

Nome: As crônicas de Artur: O Inimigo de Deus (The Warlord Chronicles: The Enemy of God)
Autor: Bernard Cornwell
Editora: Record
N° de Páginas: 513
Nota: 5 estrelas/5

Com poucas páginas a menos, "O Inimigo de Deus" parece ser maior que seu predecessor. Os eventos que aqui são narrados acontecem de forma esparsa e não há uma linha que nos leva continuamente até um desfecho. Há vários momentos de empolgação, mas esses foram suplantados pelos de tristeza, já dando a entender que as coisas estão se tornando cada vez mais sérias e que o final se aproxima lentamente.

 Bernard Cornwell tem um dom com as palavras. Inevitavelmente o leitor vai se apaixonando cada vez mais pela história e pela suas personagens - vibra e chora, dependendo do que acontecer. As pessoas que participam da narrativa vão ganhando cada vez mais profundidade e fazendo-nos amá-las ou odiá-las. Merlin continua com os jogos que tanto adora, mas não tem a força que possuía no primeiro livro. Derfel permanece sendo adorável e suas atitudes nos levam a ficar cada vez mais pasmos, e me pergunto o que terá acontecido de tão terrível para que ele tenha se tornado no que antes tanto odiava. E Arthur... Sempre será Arthur. Seja honrando seus juramentos (ás vezes da pior forma possível, e cito aqui o episódio de Tristan e Isolda, terrivelmente cruel) sendo o amigo maravilhoso e o inimigo inesquecível ou pensando no bem dos outros acima de si mesmo.

Não é, de forma alguma, um livro ruim ou mediano. É um pouco parado se compararmos ao primeiro, mas esse é um mal necessário de uma obra que transita entre dois outros volumes. A pesquisa que o autor realizou e o cuidado que teve ao caracterizar a época, a maneira bela com que usou suas palavras e a emoção que passa a cada capítulo merecem as minhas humildes cinco estrelas. Merece um céu de estrelas, e são poucos os que discordam de mim. Afinal, como tirar o crédito de alguém que se empenhou tanto em seu trabalho?

Com essa leitura fecho a Maratona Literária. Falhei em ler toda a trilogia, mas ainda me sinto vitoriosa por ter conseguido ler as mais de mil páginas. Fico feliz por tê-la escolhido como desafio e por ter conseguido ler calmamente e aproveitando cada palavra. E aguardo o temido livro final, Excalibur.