quinta-feira, 22 de março de 2012

A hora da estrela - Análise Crítica

Postado por Bruna Corrêa às 17:19



Ooi pessoal!
Hoje venho com uma proposta diferente: Ajudar meus amigos que (assim como eu) não tem paciência de ler algumas das obras brasileiras cobradas por professores e nos vestibulares da vida, simplesmente porque eles são chatos demais.
É triste constatar isso, mas pelo menos na minha opinião, a literatura brasileira é decepcionante, excetuando alguns raros autores. Os livros são chatos, frustrantes, antiquados. Até mesmo os de hoje em dia! 
Enfim, hoje vou falar sobre 'A hora da estrela', de Clarice Lispector.



Nome: A Hora da Estrela
Autor: Clarice Lispector
Editora: Rocco (mas você encontra em praticamente todas as editoras)
N° de Páginas: 81
Nota: 3 nordestinas



"A nordestina Macabea é uma mulher miserável que mal tem consciência de sua existência e que, depois da morte de sua tia, viaja para o Rio. Um romance sobre o desamparo a que, apesar do consolo da linguagem, todos estamos entregues."

Meu Deus nesse livro. Por ser pequeno, é uma leitura rápida e a escrita, leve. O problema é na história, e o jeito como é narrado.
Clarice Lispector se transforma num narrador masculino, que parece ser extremamente frustado e com síndromes do 'mal do século', tipicamente românticos. Parece que o objetivo desse homem é narrar a tal história da nordestina, dando a impressão que é a última coisa que ele irá fazer nessa vida. A leitura é confusa desde o início, só tomando formas lá pela página 40, onde finalmente descobrimos o nome da protagonista (Macabéa) e do seu novo 'namorado' (Olímpico). Mas a autora se perde, divagando páginas e páginas, sobre como irá contar a história... E isso se repete bastante: 'A história que irei contar... Contarei a história'. É muito irritante. Porque ela não conta logo a história de uma vez?

A história de Macabéa parece ser indigna de livro: é a vida que muitas pessoas levavam na década de 70, com a migração dos nordestinos e outros estados longíquos do Brasil. Mas esse é justamente o intuito de Clarice, que à beira da morte percebeu que todo mundo tem uma história que merece ser contada.

Macabéa é datilógrafa, porém quase analfabeta. Mora num quarto, que divide com 4 Marias. Não é bonita, não toma banho diariamente, tem estômago sensível e não liga para si mesma. Isso é mostrado nas conversas que ela tem com Olímpico - sempre quer saber sobre ele, nunca fala sobre si, não sabe quem é. Mas mesmo não ganhando bem, sendo marginalizada pela sociedade, consegue algumas poucas diversões: vai no cinema assim que recebe seu salário, compra dois batons, vai ao porto e fica só olhando os navios, o mar.

O narrador a trata como se fosse uma coitada, simples, um bichinho de estimação. Ás vezes a trata como se fosse real, ás vezes como se fosse ficção. No livro, poucos personagens são marcantes: A tia de Macabéa, que é bastante severa com ela em sua infância; Olímpico, objeto de romance juvenil; Glória, que 'rouba' Olímpico da protagonista, e por isso se sente na obrigação de ajudá-la. Então, indica para a moça uma vidente.

A vidente fala com Macabéa que sua vida vai ser maravilhosa, que vai conhecer um estrangeiro de cor dos olhos indefinida. Menciona que não tem medo de dizer a verdade: fala que a moça que acabou de sair de sua casa estava chorando porque ela - a vidente - tinha lhe predito a morte, falando que ela ia ser atropelada. Macabéa sai da casa da vidente feliz da vida, achando que tudo ia ser uma maravilha agora.

E então é atropelada. Por um carro de luxo. E assim acaba a história.


Observações:
  • O livro se passa em 1977, aproximadamente. Vigora a terceira parte do Modernismo.
  • Os temas são: pobreza, miséria, uma sociedade corrompida e suja, banalização das coisas.
  • Há metáforas, como a do capim e da 'nordestina': A do capim se refere a simplicidade de Macabéa, tão simples como capim... não merece nada além disso. A denominação por 'nordestina' também se deve pela desimportância de Macabéa - ela é tão insignificante que não merece um nome.
  • É a última obra de Clarice, publicada no ano de sua morte. Se percebe como ela divaga em algumas partes, falando até mesmo que está cansada e que 'tem que contar essa história', como se fosse o último esforço de vida. 
  • Clarice Lispector rompeu com a linearidade da estrutura do romance, seus textos baseiam-se no fluxo de consciência (na expressão direta dos estados mentais), na memória. Tempo, espaço, começo, meio e fim deixaram de ser importantes.


9 comentários:

Chel Lima disse...

Não sei se é a coisa certa a se dizer, mas sua resenha me matou de rir! Adorei sua eloqüência ao expressar sua opinião e os detalhes, hahahahah. Apesar da sua nota, ainda estou interessada no livro. Muita gente adora! xD
Beijones, querida


Rachel Lima
http://corujando.org

Henrique Faria disse...

Palhaçada! Clarice escreveu com o nome. Eu lá tenho obrigação de gostar de um lixo desses? É preciso ter coragem, Bruna, nesse gueto de intelectuais porra-loucas, de dizer que esse livrinho é um deboche.

Henrique Faria disse...

Palhaçada! Clarice escreveu com o nome. Eu lá tenho obrigação de gostar de um lixo desses? É preciso ter coragem, Bruna, nesse gueto de intelectuais porra-loucas, de dizer que esse livrinho é um deboche.

ADEMAR AMANCIO disse...

Estou lendo o livro e gostando.Se você achou este livro confuso,tente ler Água Viva e Paixão Segundo GH e verás o que é uma escritora delirante em seu estado mais puro.

Anônimo disse...

"E no final ela morre atropelada"kkkkkkkk final hilário

Unknown disse...

O livro é ótimo...à escritora é maravilhosa... Se quer um livro do seu gosto, e que lhe agrade,escreva um...ha ha...

Unknown disse...

A Clarice é maravilhosa, por isso se tornou uma escritora de renome. No mundo da literatura nao ha espaço para especulações, não importa se gostou da obra ou não...como ler uma historida dessa cheia de Marcos e plano de fundo constituído do real, e se impedir de continuar a não ser o mesmo?
E como diria minha professora da faculdade: se vc leu um livro desse e não modificou em nada na sua vida, volte e leia de novo porque com certeza houve um probleminha rsrrsrs

Unknown disse...

eu to aqui pra fazer um trabalho de português.

Anônimo disse...

faltam algumas aulas de interpretação para você, ou estudar o contexto histórico da época para pelo menos poder dizer que está ajudando alguém com esse blog

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